Dia 2: projeto inovação educacional em foco

São 20:30 e eu estou em algum lugar entre Zurich e Munique.

O talk em Zurich foi um sucesso, pelo menos para mim. Realizei o desafio a que me propus. Filmei para rever e destacar os pontos de melhoria. Acredito que foi um excelente primeiro desafio internacional (ainda que tenha frustrado algumas expectativas).

Hoje mais cedo, quando a Taís (a brasileira que organizou o evento) me buscou na estação de ônibus, chegando em Zurich, ela me perguntou: “o que mais te preocupa sobre seu talk hoje?” Eu disse: “se eu vou conseguir me fazer compreendida por quem estiver assistindo”.

Ela completou: “você não está apreensiva caso o público presente seja muito pequeno?” E eu respondi: “Não!” Eu estava preocupada em respeitar o tempo de quem estiver lá.

Durante a tarde eu conheci alguns prédios da Universidade de Zurich e não tive tempo de revisar a apresentação que fiz no ônibus, na ida de Munique a Zurich.

Cheguei na sala em que faria a apresentação. Respirei, maquiei, troquei de roupa e esperamos as pessoas chegarem. Mas elas não chegaram!

Só ele chegou! O Caleb.

Um homem interessado no que eu tinha para falar. Que, aliás, também era Brasileiro.

E, quando desistimos de esperar por mais pessoas o que eu fiz? O talk!

Sim! E em inglês. Afinal, este era o desafio ao qual eu havia me proposto e isso era o que, naquele momento, só dependia de mim.

Optar por não fazer seria atuar a favor da frustração. Fazer seria aproveitá-la como base para algo melhor depois.

Confesso que me senti mais ainda pressionada pela qualidade do inglês por estar apresentando para dois brasileiros (a Taís e o Caleb).

Fiz e, ao final, a mensagem havia sido compreendida! Ou seja: meta cumprida com louvor!

Não foi bem um sucesso no quesito “lotação” mas foi um sucesso para mim.

Receio que a Taís tenha sido frustrada, pois ela se empenhou muito para a realização desse talk.

Mas, quanto a mim, meu esforço valeu super a pena. Eu, agora, tenho uma pequena palestra de 25min construída em inglês, já testada e registrada, prestes a ser masterizada.

Numa nova oportunidade, poderei fazer ainda melhor! E, se eu tiver passado alguma vergonha, pelo menos não passei na frente de muitas pessoas.

Eu acredito na criatividade não só como uma habilidade, mas como um mindset, um jeito de ver e de encarar a vida. Enxergar eventos frustrantes pela ótica do aprendizado é colocar em prática o que eu chamo de POSTURA CRIATIVA perante a vida. O que quer dizer encarar estes eventos como parte do seu repertório que um dia será utilizado para combinar com outro evento e criar uma nova solução.

Este é o cerne do processo criativo, basicamente composto de 4 etapas:

1. Observação e experiência para ampliar o repertório > 2. processamento e incubação para combinar ideias ou experiências aparentemente distintas > 3. exposição e teste dessa nova ideia > 4. aprovação ou aprimoramento da ideia.

Criatividade não serve só para tarefas sensíveis ou artísticas. Criatividade é o que nos habilita a olhar a vida por uma ótica mais positiva.

Sério, ao final eu pensei: “será que eu conto para as pessoas a verdade ou deixo omitido o detalhe da plateia na frase “foi um sucesso” (que não é mentira)?”

Por um lado, eu pensei: “se eu contar a verdade, as pessoas vão me achar uma fracassada! Vou achar que eu perdi meu tempo e vão ter dó de mim…”

E mais: eu não queria frustrar as dezenas de pessoas que me mandaram mensagens de apoio, de incentivo, que torceram e disseram para eu ARRASAR! Eu me senti responsável pela expectativa delas…

Mas decidi contar o detalhe.

Por dois motivos: 1. Para sair da imagem de sucesso fácil e irreal que as redes sociais nos faz parecer (e que a vida real também não nos permite contar) e 2. Para dar o testemunho fidedígno da minha real motivação em inspirar educadores a nutrirem a criatividade das crianças (que é o fato de habilitá-las a viver a vida com mais positividade).

Além disso, eu realmente acredito que a gente só conquista o que é nosso quando assumimos todos os prós e contras de um caminho verdadeiramente autêntico. E autenticidade pressupõe mostrar a sua verdade para os outros, né? Mesmo que isso não seja muito confortável.

A todos que me incentivaram para ARRASAR eu posso dizer que, sim, arrasei… ainda que só para duas pessoas, hehehe.

Mas o que importa é que, o que dependia exclusivamente de mim, foi feito! Bem feito!

E seguirei nesse caminho. Até amanhã!

7 comentários em “Dia 2: projeto inovação educacional em foco

  1. Bianca, como você me inspira!!!
    Sou professora, mãe de dois e aprendendo a ver o mundo com outras possibilidades… Aprendendo a nutrir a criatividade das crianças com a qual convivo! Estou feliz em poder acompanhar seu projeto de inovação educacional.

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  2. É maravilhoso poder acompanhar tudo isso. Ser de verdade e abrir horizontes, é o que nos torna precioso e sábio!
    Parabéns por este passo, pela coragem, e por ser tão guerreira. Tudo isso te leva além e certamente vai te levando ao seu melhor. Orgulho e inspiração definem o que eu sinto!

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  3. Bianca, Bianca, que exemplo!
    Não a toa é uma referência pra mim de coragem, dedicação e propósito bem definido.
    Que privilégio desses dois em ter ouvido o que você tinha a dizer sobre o papel da família e da escola no incentivo à natural criatividade infantil. Continuarei acompanhando suas conquistas. 😊

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  4. Bianca! Que experiência maravilhosa e que sorte a nossa termos acesso ao seu compartilhamento!
    A vida é mesmo cheia de surpresas e percalços, o importante é seguirmos no nosso propósito! Ah! E você não falou “só” pra dois brasileiros, estamos aqui te acompanhando e te ouvindo! Quero ouvir esse talk na íntegra ainda!
    Que sua experiência aí continue cheia de aprendizado!
    Abraço fraterno!

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  5. Te admiro cada vez mais!! Pelas reflexões que você traz (é algo muito mais profundo do que a maior parte do conteúdo de maternidade e educação que vejo por aí) e pela verdade que está presente o tempo inteiro no fundo dos seus olhos. Bj

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